Depois de anos na educação pública e na pintura tradicional, comecei a sentir a necessidade de uma linguagem mais física, mais tátil. Algo que me desafiasse a pensar o volume, a profundidade e a textura de forma diferente — não apenas como imagem, mas como presença. A arte precisava sair do plano e ocupar o espaço. Foi a partir dessa inquietação que iniciei o desenvolvimento da técnica que hoje ensino e aplico em minhas obras: uma abordagem escultural sobre tela, com base em isopor modelado, massa especial e técnicas variadas de pintura.
Essa jornada não começou ontem. Foram anos observando, estudando e testando materiais alternativos, compreendendo as propriedades do isopor, suas limitações e seus potenciais estéticos. Enquanto muitos descartam o material por ser comum, eu vi nele uma oportunidade de transformação — tanto visual quanto conceitual. A leveza, a flexibilidade e a maleabilidade do isopor, quando manipuladas com intencionalidade e técnica, se tornam ferramentas potentes de criação.
Na base desse processo está uma visão clara: criar arte com personalidade, com impacto e com método. Muitos artistas iniciam suas trajetórias imitando estilos ou técnicas que já existem. Isso é natural — todos começamos por referências. Mas chega um ponto em que é preciso encontrar a própria voz. E foi justamente isso que busquei: um método próprio, construído a partir da minha experiência com educação, da minha sensibilidade visual e da vontade de inovar com materiais acessíveis.

Hoje, essa técnica está estruturada em pilares sólidos, que vão desde o preparo do suporte até os acabamentos finais. Ela combina escultura leve com pintura contemporânea, usando camadas, cortes, encaixes e volumes. As possibilidades são diversas: efeitos de relevo orgânico, formas geométricas, estruturas simétricas ou caóticas — tudo depende da intenção da obra. Para além do isopor, uso também massas texturizantes e diversas abordagens de pintura — com pincel, rolo, respingos, camadas translúcidas, entre outros recursos visuais. O spray, quando entra, é mais uma ferramenta — não a única. Ele serve ao efeito, nunca limita o processo.
Esse domínio técnico não surgiu da noite para o dia. Foram muitos experimentos no tempo livre entre aulas, feriados e finais de semana. Muitos estudos feitos no silêncio do ateliê. Muita observação de como a luz se comporta sobre o relevo, de como o olhar percorre uma textura, de como uma obra pode “se mover” mesmo estando fixa.
E foi justamente por ver o potencial transformador dessa linguagem que decidi criar a Confraria da Criação — um curso onde ensino os fundamentos e variações dessa técnica tridimensional sobre tela. A proposta do curso não é apenas transmitir um método técnico, mas ativar no aluno a consciência criativa, o olhar investigativo e o domínio construtivo da forma. É um curso pensado para quem quer ir além da superfície — literalmente e simbolicamente.
Inicialmente, vamos trabalhar com dois estilos principais de textura e com técnicas de corte e construção de volume que qualquer pessoa pode executar em casa, com materiais simples. O foco é gerar resultado visual profissional sem depender de estruturas caras ou inacessíveis. E o melhor: com liberdade para cada artista adaptar o processo ao seu estilo.
É importante dizer: essa técnica não é apenas sobre estética. Ela carrega também um posicionamento de autonomia, criatividade e acessibilidade. É uma forma de mostrar que é possível criar arte original, com alto impacto visual, usando materiais do dia a dia — desde que com propósito, conhecimento e método.
E é isso que ofereço aqui neste blog: não apenas um espaço de divulgação, mas um ambiente de troca, estudo e inspiração. Você encontrará textos sobre materiais, fundamentos visuais, bastidores da produção, visão de mercado e bastidores do curso. Tudo isso com linguagem direta, baseada na prática, pensada para quem quer se aprofundar.
Se você também sente que é hora de transformar sua arte, sair da repetição e construir um caminho autoral, acompanhe este espaço. O que estou desenvolvendo com a Confraria da Criação é mais que um curso: é um ponto de partida para artistas que desejam autonomia, personalidade e impacto.
Você não precisa começar com todas as respostas. Mas precisa dar o primeiro passo com intenção. E se puder aprender com quem já testou, errou, ajustou e sistematizou o processo — melhor ainda.
Este é o convite.
Dario Martins · Arte com volume e identidade visual
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